Praga
Em Praga, quatro dias depois, o
barco atracou em uma das docas. Tyr permaneceu a bordo afinal ele era procurado
por atacador o administrador do porto. De lá ele enviou uma mensagem ao bordel
solicitando serviços. O que antes era rotina virou uma confusão. Durante o ato
ele vomitou sangue sobre a moça que saiu gritando da cabine do capitão. Desmond
achou que o ranger poderia ter mordido ela, vai saber. Alyan só observava. A
moça de cabelos loiros logo ficou calma, pois ficou interessada no paladino.
Efeito da maldição de Charlote. O ranger praguejou contra o xamã.
A tarde Desmond entregou as
mercadorias e com o dinheiro mandaram consertar o barco. Em uma semana eles
iriam pelo mar até o acesso ao rio Eldamar por onde desceriam até o feudo de
Alyan. Tyr saiu sorrateiramente durante a noite, pegou seu cavalo e foi para
Berz por terra.
Durante esse período eles
aproveitaram para visitar Medivh. O mago encaminhou Desmond para um outro
membro da Escola Arcana para investigar a maldição. Para quebra-la ele
precisaria do sangue da pessoa que lançou a magia. Outra opção seria ir a
Arcádia investigar se há outra maneira.
Tyr chegou primeiro a Berz. Ele
visitou sua mãe que ficou feliz em vê-lo depois de dois meses viajando. Ele
também foi ao feudo de Alyan conversar com Theon. O lorde e o ranger havia
combinado construir um porto e usar o barco para transportar produtos. Além
disso, o porto seria construído por eles e serviria a cidade.
Tyr disse a Theon que Alyan
mandou construir um porto pequeno. O administrador disse que estimava uns 4 mil
florins para fazer, porém não poderia autorizar sem um documento formal ou
então Tyr pagaria e depois Alyan o ressarcia. Sem acordo o ranger decidiu falar
com Merin.
O paladino de Graal recebeu Tyr.
- Lá vem Tyr me pedir alguma
coisa – pensou Merin ao pedir para o ranger sentar-se.
Tyr contou a ele sobre a ideia do
Porto. Ele pediu a Merin um empréstimo para construir o porto. O representante
de Berz ficou receoso, pois não via vantagem na proposta. Por fim, deixaram a negociação em aberto.
Uma semana depois os demais
chegaram durante a tarde ao feudo. Naquela noite Alyan ofereceu um jantar as
famílias que trabalham em suas terras para celebrar a colheita. No dia seguinte
Theon apresentou a ele as finanças e o feudo gerou 50 mil florins de receita,
sendo 50% destinado a pagar as famílias, Berz e a igreja. Os outros 50% ficam
para despesas administrativas, ferramentas, sementes, etc para o próximo ano,
além de investimentos e gastos pessoais.
Dias depois Alyan e Tyr acertaram
com Merin a construção do porto. Eles deveriam pagar a construção. Da renda do
local 30% será destinada a Berz, além disso a cidade pagará a construção da
estrada. Saindo de lá Alyan solicitou a um construtor o valor real para construir
o porto. Tyr tinha interesse no projeto para facilitar o transporte dos
produtos contrabandeados pela Forsaken. Assim, ficaria mais fácil transportar
de Basileia a Berz e, ainda, levar para cidade.
Merin, em outro momento,
solicitou a eles que participassem a eliminação das criaturas que residem na
colina. Estrosburgo e Brondeburgo enviaram 10 homens cada, mais 10 de Berz para
participarem. Eles deveriam comandar esses 30 homens. Alyan passou-se por Merin
no dia de partir, pois a tentativa de assassinato do paladino ainda não havia
sido desvendada. As suspeitas de pessoas importantes de Estrosburgo.
O grupo partiu pela manhã. O céu
estava nublado e poucos raios de sol conseguiam atravessar. Os campos já
colhidos eram sinal de que o inverno logo chegaria. Após três horas de viagem
chegaram a colina, logo após a ponte onde lutaram com um troll certa vez. Do
lado direito eles puderam avistaram o que restou da floresta do conflito entre
a fada e a elfa. O lugar gerava calafrios.
Na base da colina eles começaram
a se organizar. Tyr foi a cavalo até o topo. Lá ele avistou dois serpes. Um idêntico
aquele que eles enfrentaram no passado e outro com um cifre na cabeça. Não
demorou muito para as criaturas notarem sua presença. O ranger havia disparado
uma flecha contra o primeiro.
De volta ao cavalo e indo em
direção a base do grupo o cavalo assustou-se e derrubou Tyr quando o primeiro
serpe deu um rasante. Ainda no chão, o segundo, o pegou pelos ombros elevando-o
do chão, para soltá-lo logo em seguida. Ele caiu de dois metros e não teve
ferimentos graves com a queda, porém ficou dolorido.
Na base vinte arqueiros estavam
escondidos entre rochas e pequenas arvores. Ao centro um campo aberto, pequeno,
entre a base e o topo da colina. O restante, dez soldados, acompanhavam Alyan e
Desmond. O plano era derrubar as criaturas com flechas e finalizá-las no solo.
Na prática as coisas foram um
pouco mais complicadas. O céu estava nublado e no horizonte nuvens carregadas
eram vistas. O vento soprava relativamente forte na colina. Muitas flechas
acertavam o serpe, mas somente aqueles precisas em locais mais frágeis eram
capazes de causar algum dano.
Tyr reuniu-se com os arqueiros
nas rochas. Alyan e Desmond estavam a postos contra a investida área do serpe.
A primeira foi uma rajada de chamas, na segunda, após ser ferido, ele usou as
asas para derrubar ou arremessar o grupo levando a luta para o chão. Enquanto
isso, o outro serpe voava em círculos sobre os arqueiros e vez ou outra fazia
rasantes lançando chamas.
Alyan foi empurrado para trás no
impacto, seu braço doía ao carregar o pesado escudo e também ao absorver o
impacto. No contra-ataque ele usava sua lâmina contra a cabeça do serpe.
Desmond por sua vez focou seus ataques pela lateral, tentando evitar a asa.
Contudo, o problema era a cauda. O serpe a usou com um golpe poderoso deixando
um amassado na armadura do paladino. A dor em seu peito não era nada se
comparada aquela que seria causada caso o veneno penetrasse seu corpo.
Os soldados que conseguiram lutar
puseram-se em pé e partiram para o ataque. Entre movimentos rápidos do serpe,
golpes de espadas, tentativas de esquiva e empurrões a vitória para certa. Por
fim, a criatura cedeu e caiu, mas antes deu um grito estridente que fez o outro
serpe responder.
De repente aquele som potente
transformou-se em uma onda de choque, causando dores em todos ao redor. Ainda
levemente desorientados o grupo viu o serpe voando para o topo da colina. Agora
os que estavam em condições de lutar eram dez arqueiros e cinco soldados.
Deixaram ali os feridos e subiram
a colina. A trilha íngreme agora era muito mais difícil de subir devido ao
cansaço. Além disso, o chão estava úmido da fina chuva que caia sobre eles.
No topo da colina, cercado por
elevações na parte de trás, eles fizeram formação meia lua. No centro estava o
serpe que fugira voando. Contudo, sobre uma rocha imponente, quase no centro, o
serpe real, muito maior do que os outros, observava a movimentação dos grupo. A adrenalina corria por suas
veias. Agora a luta iria até o fim. Quem irá sobreviver é outra questão.
Desmond comandou que cinco
arqueiros ficassem na parte elevada do topo. Os demais permaneceram próximos,
assim como os soldados com o paladino e Alyan a frente. Tyr e Veigar ficaram
mais atrás para atacar a distância. A fina garoa que caia enquanto subiam a
colina agora era uma chuva mais forte, relâmpagos e trovões ressoavam nas
nuvens.
Com a movimentação o serpe real
alçou voo na direção do grupo, o outro, por sua vez, manteve-se no chão, mas
começou a correr rapidamente. A água da chuva formava uma lama ao chegar ao
solo, assim como atrapalhava a visão do grupo
.
Alyan correu em direção ao serpe
colocando seu escudo a frente. Desmond comandou aos soldados fazer uma parede
de escudos, o grupo estava receoso afinal metade da guarnição já havia perecido
e apenas um dos monstros foi derrotado.
O impacto da criatura e o
guerreiro foi intenso. A pancada combinando força e velocidade teria destruído
o escudo se no último instante Alyan não tivesse movido o corpo para lateral.
Aproveitando a oportunidade ele tentou contra-atacar, porém o serpe, ainda em
movimento, usou a cauda para acertá-lo. O guerreiro ficou com o braço dolorido
e deixou o escudo cair.
Enquanto isso o serpe real deu um
rasante sobre o grupo lançado raios, deixando alguns soldados paralisados. Ne
sequência o outro serpe avançou sobre eles após derrubar Alyan. Tyr tentou
acertá-los para dificultar a investida, porém com a chuva ele tinha mais
dificuldade de mirar alvos em movimentos. Esse não foi o problema, o ranger
acabou escorregando e caindo de costas ficando deitando na lama. Veigar sofria
da mesma dificuldade visual.
Os arqueiros posicionados no alto
chamaram atenção do serpe real. No chão Desmond usou a lança, num movimento
perfurante rápido, que atravessou a boca da criatura. Ele viu de perto os
grandes e afiados dentes, assim como a fúria de dor nos olhos da criatura. Os
soldados então finalizaram a criatura atordoada pelo ferimento com vários
golpes.
Alyan levanta-se quando o serpe
real iniciou outra investimento sobre o grupo. Desta vez, eles foram
surpreendidos por um relâmpago que marcou o céu segundos antes de acertar o
monstro que caiu rapidamente a poucos metros do local onde o grupo estava. Os
mais religiosos agradeceram a Deus por esse milagre, outros respiraram
aliviados por saírem dali com vida.
A chuva diminuiu de intensidade
quando o grupo começou a se preparar para descer a colina após coletar dentes e
escamas dos serpes. Tyr estava mais mau humorado do que de costume, tanto que
ele se ofereceu para ir a Berz pedir uma carroça para carregar os feriados, na
verdade ele só queria ir embora logo.
Enquanto o ranger partiu a
cavalo, os demais voltaram ao primeiro campo de batalha para enterrar os mortos
e ajudar os feridos. Poucos momentos depois Tyr retornou dizem que viu uma
criatura conjurando raízes da floresta sobre a estrada.
De volta ao local,
havia somente raízes secas, arvores com galhos retorcidos, chão coberto de
folhas e musgo. No fim Veigar atravessou o local, foi a Berz e retornou com a
carroça. A caçador esperou o grupo antes da ponte sobre o rio Eldamar, local
onde lutaram com o troll certa vez.