O espírito amaldiçoado flutuava
acima da pedra enquanto colocava ovos no chão ao redor da mesma. De início ele
ignorou os espíritos dos aventureiros. Desmond aproximou-se, assim como Alyan.
O paladino deu uma volta na pedra e antes de retornar ao grupo quebrou um dos
ovos.
Então a criatura partiu para o
ataque e no mesmo momento os demais ovos quebraram revelando larvas gigantes
que partiram para cima do grupo. Os ataques delas não era potente, porém ao
ficarem presas por algum tempo elas drenavam partes dos espíritos. Tyr e Veigar
mantiveram distância e atacaram com flechas, enquanto a criatura maior
flutuava, investindo contra cada um deles.
A luta no plano do Sonhar deixou
o grupo desprovido de suas vantagens tais como armas mágicas e ao mesmo tempo a
mobilidade era diferente, eles podiam flutuar. Lutar na forma espiritual era
algo novo para eles.
Em certo momento Tyr desviou de
uma dar larvas ao saltar e ficar no ar. Alyan tomou impulso e correu em direção
a pedra no centro da caverna usando o escudo a sua frente. A força do impacto
foi suficiente para destruí-la, o que fez o espirito retornar a sua posição
inicial.
Agora ele começava a girar
rapidamente enquanto absorvia as larvas restantes não derrotadas pelo grupo.
Alyan recupera-se do impacto no outro lado da caverna e Desmond atacava a
criatura por baixo.
Tyr e Veigar num ataque
sequencial conseguiram acertar flechas no exato momento para ferir o espirito,
pois, as flechas entraram na única brecha deixada pela rotação. Antes de ceder
o verme gigante liberou uma onda de energia que os jogou para longe. Ao final
ele transformou-se em partículas em tons de verde que lentamente desapareceram.
Nesta hora Desmond notou que não sentia parte da sua essência em nenhum outro
local naquele plano.
A noção de tempo era vaga. Às
vezes parecia lenta, outras rápida. O cenário logo mudou e novamente eles viam
os sonhos e pesadelos que alimentavam o Sonhar. A voz de Charlote logo os
encontrou guiando-os até o portal. O circulo dourado reluzia ao final de uma
estrada prateada quando o Cthun apareceu com a espada empunhada na direção
deles. O grupo correu para o portal antes do chão começar a desaparecer, sendo
Tyr o último a passar.
De volta ao plano terrestre
apenas Desmond retornou ao seu corpo enquanto os demais permaneceram flutuando
acima dos seus próprios corpos. Dali eles presenciaram a conversa entre
Charlote e Desmond. Para surpresa de todos ela era uma bruja pela qual Desmond
apaixonou-se durante sua primeira missão como paladino de Graal. Ele resistiu
ao ímpeto de fugir com ela, mas acabou cumprindo sua missão ao entrega-la antes
de ir ao Oriente Médio encontrar seu mestre.
- Desmond você não se lembra de
mim? Charlote estava muito diferente fisicamente, resultado de inúmeros rituais
para evitar ser perseguida.
O paladino ficou surpreso e feliz
ao perceber quem era. Charlote foi mais incisiva e perguntou o porquê tê-la
abandonado. Ela descobriu que ele havia facilitado a sua fuga logo após
deixa-la com seus algozes. O bruja sentiu-se aliada ao ouvir isso, mas não
demonstrou. Pelo contrário, ameaçou matar os companheiros de Desmond como
vingança e ainda o incitou a matá-la para salvá-los.
Alyan, Tyr e Veigar até então
entretidos com o passado do paladino sentiram-se preocupados com a morte
iminente. Por fim, ela estava apenas brincando com Desmond e os trouxe de
volta.
- Desmond deixei um presente de
despedida para você. Toda mulher te achará atraente, porém se você ceder ao
desejo certamente morrerá.
- Isso não será o problema, pois
depois de você não estive com nenhuma outra.
O grupo deixou a torre passando
pela ponte que emergiu do fundo do lago. Volta a estrada passaram pela cidade
Pontos, governada pelos membros do clã Tordarock, local onde ficaram
hospedados. Naquela noite Alyan venceu uma disputa de bebida e conseguiu
quinhentas coroas. O grupo estava com pouco dinheiro e ainda precisavam buscar
oi xamã para tentar resolver o problema de Tyr, além de todo o trajeto de volta
a Berz.
Saindo de pontos logo eles
chegaram a região das montanhas. A viagem demorou cerca de seis dias. O clima
era seco e a vegetação praticamente inexistente. Nesse trecho eles precisaram
usar todos os seus conhecimentos para conseguir comida.
Por fim alcançaram o final da
estrada, lá havia outra torre de Mordor. Eles haviam visto outras ao longo da
estrada. Lá dentro o grupo encontrou um círculo mágico e sobre ele um esqueleto
envolto em luzes roxas e azuis subiram até o alto. Mais tarde, o xamã contou
que as cinco torres funcionam como pontos de um grande circulo mágico que
protege e monitora a ilha de ameaças.
Aguardaram por dois dias e
estavam prestes a desistir quando Ranak apareceu durante a noite.
- Acredito que eu sou aquele que
vocês procuram.
- Você que nos encontrou – disse
Alyan.
- Meu jovem não fui eu quem viajou
até aqui e ainda ficou aguardando...
O xamã ofereceu a eles duas
opções após analisar a situação. A primeira custaria a eles três mil coroas e
mais uma pessoa que receberia a maldição de Tyr. A segunda envolvia a mesma
técnica de transferência, porém eles poderiam matar uma quimera. O xamã
desejava adicionar a criatura a sua coleção de mortos-vivos.
Mesmo sendo perigoso, a falta de
dinheiro e o risco de capturar alguém, e assim violar as leis de Skellige,
levou o grupo a caçar a quimera. Na manhã seguinte eles subiram uma trilha
íngreme na montanha até chegar ao covil do monstro.
Desmond e Alyan ficaram no centro
do local em frente a entrada da caverna enquanto Tyr e Veigar posicionaram-se
na parte de trás acima da caverna.
A criatura com cabeça de leão,
bode e cauda de serpente era enorme e feroz. O rugido do leão movia o ar e
ressoava. O bode emitia orbes e traços de energia, a serpente era ágil e
disparava jatos de veneno.
Tyr e Veigar foram surpreendidos
pela serpente, afinal nenhum deles havia visto uma quimera antes. Tyr não
sofreu dano de veneno por estar morto-vivo, Veigar conseguiu desviar. Desmond e
Alyan focaram os ataques no leão, mais precisamente na boca porque era o local
de alcance das armas.
A batalha seguia violenta quando
o bode lançou a primeira magia. Um tornado formou-se no centro e rapidamente
tomou forma. Nenhum deles conseguiu resistir a força do vento e foram
arremessados no ar. A queda foi brutal deixando-os com ferimentos em várias
partes do corpo, além da dor.
Depois disso a batalha voltou
para o corpo a corpo. Tyr e Veigar ficaram mais para trás. Alyan acertou um
golpe forte perfurando a boca do leão, deixando-o sem reação por algum tempo.
Enquanto isso a serpente revidava os golpes de Desmond. O bode já começava a
conjurar outra magia.
Os arqueiros focaram na serpente
e após algum tempo conseguiram derrubá-la. Nesse ponto o legal já estava
cedendo, então o bode lançou uma corrente de relâmpagos acertando todos eles.
Tyr havia corrido para início da trilha e Desmond estava embaixo da quimera.
Mesmo assim foram atingidos. O paladino ainda atordoado pelo choque sentiu o
peso da criatura sobre ele. Por pouco ele não sufocou, momentos depois, Alyan e
Veigar o ajudaram a sair de lá.
Já era início da noite quando
Ranak apareceu e explicou os detalhes do ritual. Veigar e Desmond foram até a
caverna. O paladino pegou ossos que estavam lá, e o caçador encontrou uma adaga
de ouro entre os restos.
Ranak desenhou três círculos
adornados com runas no chão. Tyr ficou em um deles, a quimera no outro e Ranak
ao centro. Ele iria transferir a maldição para a criatura e havia uma chance do
ranger morrer no processo.
- O ritual tem duração de seis
horas. Da meia as seis. Nesse tempo o portal para o Mundo dos Mortos estará
aberto enquanto eu transfiro a maldição. Vocês deverão derrotar quaisquer
espíritos agressivos que tentem entrar no círculo. Para isso usem armas
mágicas.
Tyr entregou seu arco a Veigar e
Desmond abençoou sua espada. O ritual começou e o portal abriu-se na entrada da
caverna. Fluxos de luz vinha do portal e ressoavam com os círculos. Ranak usou
uma adaga curva e a cravou no coração de Tyr para depois pegar seu coração,
comer um pedaço, e por fim colocá-lo dentro da quimera. Alyan e Desmond ficaram
receosos afinal ambos tinham sua fé no cristianismo. Tyr estava consciente como
se tudo aquilo não estivesse acontecendo com ele.
A primeira onda de espíritos era
pacífica. O ritual prosseguia agora Tyr estava com peitoral e barriga abertos.
Conforme órgãos eram transferidos uma luz roxa fluía dele para a quimera. Logo
depois, mais espíritos surgiram.
Alyan lutou com o primeiro
acertando um golpe e defendendo-se com o escudo quando o espectro
materialização uma espada. Desmond foi até o outro que se tornou uma nevoa e
fixou-se no corpo no paladino. Veigar mirava no terceiro, evitando aqueles que
estavam dentro do círculo. Quando ele disparou a energia do arco mágico foi
repelida e explodiu arremessando-o inconsciente para trás. O arco ficou no chão
e não brilhava mais.
O espirito adaptou-se a batalha e
acertou Alyan com lanças espirituais, eles alternavam entre espirito e matéria
para evitar o escudo. Enquanto isso Desmond resistia, pois, o espectro tentava
arrastá-lo para dentro do círculo. O guerreiro conseguiu auxiliar o paladino a
se libertar. Quando estavam eliminando o terceiro espirito, eles viram um vulto
gigante através do portal.
Na fase final do ritual a quimera
já estava movendo-se e Ranak reconstituía os órgãos de Tyr. Assim que terminou
ele começou a fechar o portal, antes disso o vulto atravessou apenas um braço
empunhando uma longa espada negra com formato irregular. Alyan correu para
atacar o braço e foi arremessado, Desmond havia ido socorrer Veigar. Finalmente
Ranak fechou o portal e o sol nascia no horizonte.
Ranak montou na quimera e foi
embora. O grupo descansou ali mesmo e falavam com Tyr. O ranger disse estar
sentindo-se bem. No final da manhã desceram a montanha e fizeram o caminho de
volta a Pontos. Machucados, cansados e com fome a viagem foi uma das mais
difíceis e por pouco Alyan e Tyr não foram engolidos num poço de areia movediça
quando procuram comida. Finalmente o grupo chegou a Pontos.
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