Aventura 27 - A busca da cura - Parte 2



O espírito amaldiçoado flutuava acima da pedra enquanto colocava ovos no chão ao redor da mesma. De início ele ignorou os espíritos dos aventureiros. Desmond aproximou-se, assim como Alyan. O paladino deu uma volta na pedra e antes de retornar ao grupo quebrou um dos ovos.








Então a criatura partiu para o ataque e no mesmo momento os demais ovos quebraram revelando larvas gigantes que partiram para cima do grupo. Os ataques delas não era potente, porém ao ficarem presas por algum tempo elas drenavam partes dos espíritos. Tyr e Veigar mantiveram distância e atacaram com flechas, enquanto a criatura maior flutuava, investindo contra cada um deles.

A luta no plano do Sonhar deixou o grupo desprovido de suas vantagens tais como armas mágicas e ao mesmo tempo a mobilidade era diferente, eles podiam flutuar. Lutar na forma espiritual era algo novo para eles.

Em certo momento Tyr desviou de uma dar larvas ao saltar e ficar no ar. Alyan tomou impulso e correu em direção a pedra no centro da caverna usando o escudo a sua frente. A força do impacto foi suficiente para destruí-la, o que fez o espirito retornar a sua posição inicial. 

Agora ele começava a girar rapidamente enquanto absorvia as larvas restantes não derrotadas pelo grupo. Alyan recupera-se do impacto no outro lado da caverna e Desmond atacava a criatura por baixo.

Tyr e Veigar num ataque sequencial conseguiram acertar flechas no exato momento para ferir o espirito, pois, as flechas entraram na única brecha deixada pela rotação. Antes de ceder o verme gigante liberou uma onda de energia que os jogou para longe. Ao final ele transformou-se em partículas em tons de verde que lentamente desapareceram. Nesta hora Desmond notou que não sentia parte da sua essência em nenhum outro local naquele plano.

A noção de tempo era vaga. Às vezes parecia lenta, outras rápida. O cenário logo mudou e novamente eles viam os sonhos e pesadelos que alimentavam o Sonhar. A voz de Charlote logo os encontrou guiando-os até o portal. O circulo dourado reluzia ao final de uma estrada prateada quando o Cthun apareceu com a espada empunhada na direção deles. O grupo correu para o portal antes do chão começar a desaparecer, sendo Tyr o último a passar.

De volta ao plano terrestre apenas Desmond retornou ao seu corpo enquanto os demais permaneceram flutuando acima dos seus próprios corpos. Dali eles presenciaram a conversa entre Charlote e Desmond. Para surpresa de todos ela era uma bruja pela qual Desmond apaixonou-se durante sua primeira missão como paladino de Graal. Ele resistiu ao ímpeto de fugir com ela, mas acabou cumprindo sua missão ao entrega-la antes de ir ao Oriente Médio encontrar seu mestre.

- Desmond você não se lembra de mim? Charlote estava muito diferente fisicamente, resultado de inúmeros rituais para evitar ser perseguida.

O paladino ficou surpreso e feliz ao perceber quem era. Charlote foi mais incisiva e perguntou o porquê tê-la abandonado. Ela descobriu que ele havia facilitado a sua fuga logo após deixa-la com seus algozes. O bruja sentiu-se aliada ao ouvir isso, mas não demonstrou. Pelo contrário, ameaçou matar os companheiros de Desmond como vingança e ainda o incitou a matá-la para salvá-los.

Alyan, Tyr e Veigar até então entretidos com o passado do paladino sentiram-se preocupados com a morte iminente. Por fim, ela estava apenas brincando com Desmond e os trouxe de volta. 

- Desmond deixei um presente de despedida para você. Toda mulher te achará atraente, porém se você ceder ao desejo certamente morrerá. 

- Isso não será o problema, pois depois de você não estive com nenhuma outra.


O grupo deixou a torre passando pela ponte que emergiu do fundo do lago. Volta a estrada passaram pela cidade Pontos, governada pelos membros do clã Tordarock, local onde ficaram hospedados. Naquela noite Alyan venceu uma disputa de bebida e conseguiu quinhentas coroas. O grupo estava com pouco dinheiro e ainda precisavam buscar oi xamã para tentar resolver o problema de Tyr, além de todo o trajeto de volta a Berz.

Saindo de pontos logo eles chegaram a região das montanhas. A viagem demorou cerca de seis dias. O clima era seco e a vegetação praticamente inexistente. Nesse trecho eles precisaram usar todos os seus conhecimentos para conseguir comida. 

Por fim alcançaram o final da estrada, lá havia outra torre de Mordor. Eles haviam visto outras ao longo da estrada. Lá dentro o grupo encontrou um círculo mágico e sobre ele um esqueleto envolto em luzes roxas e azuis subiram até o alto. Mais tarde, o xamã contou que as cinco torres funcionam como pontos de um grande circulo mágico que protege e monitora a ilha de ameaças.

Aguardaram por dois dias e estavam prestes a desistir quando Ranak apareceu durante a noite. 



- Acredito que eu sou aquele que vocês procuram.
- Você que nos encontrou – disse Alyan.
- Meu jovem não fui eu quem viajou até aqui e ainda ficou aguardando...

O xamã ofereceu a eles duas opções após analisar a situação. A primeira custaria a eles três mil coroas e mais uma pessoa que receberia a maldição de Tyr. A segunda envolvia a mesma técnica de transferência, porém eles poderiam matar uma quimera. O xamã desejava adicionar a criatura a sua coleção de mortos-vivos.

Mesmo sendo perigoso, a falta de dinheiro e o risco de capturar alguém, e assim violar as leis de Skellige, levou o grupo a caçar a quimera. Na manhã seguinte eles subiram uma trilha íngreme na montanha até chegar ao covil do monstro.

Desmond e Alyan ficaram no centro do local em frente a entrada da caverna enquanto Tyr e Veigar posicionaram-se na parte de trás acima da caverna.
A criatura com cabeça de leão, bode e cauda de serpente era enorme e feroz. O rugido do leão movia o ar e ressoava. O bode emitia orbes e traços de energia, a serpente era ágil e disparava jatos de veneno.


Tyr e Veigar foram surpreendidos pela serpente, afinal nenhum deles havia visto uma quimera antes. Tyr não sofreu dano de veneno por estar morto-vivo, Veigar conseguiu desviar. Desmond e Alyan focaram os ataques no leão, mais precisamente na boca porque era o local de alcance das armas.

A batalha seguia violenta quando o bode lançou a primeira magia. Um tornado formou-se no centro e rapidamente tomou forma. Nenhum deles conseguiu resistir a força do vento e foram arremessados no ar. A queda foi brutal deixando-os com ferimentos em várias partes do corpo, além da dor.

Depois disso a batalha voltou para o corpo a corpo. Tyr e Veigar ficaram mais para trás. Alyan acertou um golpe forte perfurando a boca do leão, deixando-o sem reação por algum tempo. Enquanto isso a serpente revidava os golpes de Desmond. O bode já começava a conjurar outra magia.

Os arqueiros focaram na serpente e após algum tempo conseguiram derrubá-la. Nesse ponto o legal já estava cedendo, então o bode lançou uma corrente de relâmpagos acertando todos eles. Tyr havia corrido para início da trilha e Desmond estava embaixo da quimera. Mesmo assim foram atingidos. O paladino ainda atordoado pelo choque sentiu o peso da criatura sobre ele. Por pouco ele não sufocou, momentos depois, Alyan e Veigar o ajudaram a sair de lá.

Já era início da noite quando Ranak apareceu e explicou os detalhes do ritual. Veigar e Desmond foram até a caverna. O paladino pegou ossos que estavam lá, e o caçador encontrou uma adaga de ouro entre os restos.

Ranak desenhou três círculos adornados com runas no chão. Tyr ficou em um deles, a quimera no outro e Ranak ao centro. Ele iria transferir a maldição para a criatura e havia uma chance do ranger morrer no processo. 


- O ritual tem duração de seis horas. Da meia as seis. Nesse tempo o portal para o Mundo dos Mortos estará aberto enquanto eu transfiro a maldição. Vocês deverão derrotar quaisquer espíritos agressivos que tentem entrar no círculo. Para isso usem armas mágicas.

Tyr entregou seu arco a Veigar e Desmond abençoou sua espada. O ritual começou e o portal abriu-se na entrada da caverna. Fluxos de luz vinha do portal e ressoavam com os círculos. Ranak usou uma adaga curva e a cravou no coração de Tyr para depois pegar seu coração, comer um pedaço, e por fim colocá-lo dentro da quimera. Alyan e Desmond ficaram receosos afinal ambos tinham sua fé no cristianismo. Tyr estava consciente como se tudo aquilo não estivesse acontecendo com ele.

A primeira onda de espíritos era pacífica. O ritual prosseguia agora Tyr estava com peitoral e barriga abertos. Conforme órgãos eram transferidos uma luz roxa fluía dele para a quimera. Logo depois, mais espíritos surgiram.



Alyan lutou com o primeiro acertando um golpe e defendendo-se com o escudo quando o espectro materialização uma espada. Desmond foi até o outro que se tornou uma nevoa e fixou-se no corpo no paladino. Veigar mirava no terceiro, evitando aqueles que estavam dentro do círculo. Quando ele disparou a energia do arco mágico foi repelida e explodiu arremessando-o inconsciente para trás. O arco ficou no chão e não brilhava mais.

O espirito adaptou-se a batalha e acertou Alyan com lanças espirituais, eles alternavam entre espirito e matéria para evitar o escudo. Enquanto isso Desmond resistia, pois, o espectro tentava arrastá-lo para dentro do círculo. O guerreiro conseguiu auxiliar o paladino a se libertar. Quando estavam eliminando o terceiro espirito, eles viram um vulto gigante através do portal.



Na fase final do ritual a quimera já estava movendo-se e Ranak reconstituía os órgãos de Tyr. Assim que terminou ele começou a fechar o portal, antes disso o vulto atravessou apenas um braço empunhando uma longa espada negra com formato irregular. Alyan correu para atacar o braço e foi arremessado, Desmond havia ido socorrer Veigar. Finalmente Ranak fechou o portal e o sol nascia no horizonte.

Ranak montou na quimera e foi embora. O grupo descansou ali mesmo e falavam com Tyr. O ranger disse estar sentindo-se bem. No final da manhã desceram a montanha e fizeram o caminho de volta a Pontos. Machucados, cansados e com fome a viagem foi uma das mais difíceis e por pouco Alyan e Tyr não foram engolidos num poço de areia movediça quando procuram comida. Finalmente o grupo chegou a Pontos.

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