Aventura #32 - Traidor!


Os eventos abaixo aconteceram nos dias após a batalha na Floresta Sombria.

Desmond foi procurar Arthas. O paladino estava em seu aposento, sendo cuidado por três serviçais. No dia seguinte, no pátio do castelo, Arthas iniciou o treino de magia de combate, ou melhor, foi mais uma demonstração do que uma aula.

- A teoria você já aprendeu quando era iniciante na ordem, agora vamos para a parte prática – disse ao encantar sua espada com magia de ar.
- Vamos me ataque!

Desmond avançou contra ele empunhando uma espada de madeira, antes de trocar golpes ele sentiu um pequeno corte no rosto. O ar ao redor da espada aumentava seu alcance e também o seu poder. Ele pediu para Desmond fazer o mesmo.

O paladino estava concentrado quando Arthas bradou, ao lançar uma rajada de vento quando fez um corte horizontal no ar com a espada: Agora vou mostrar outra técnica, defenda-se!

Num ímpeto Desmond cortou a rajada de ar com sua espada também encantada. Na sequência Arthas ensinou a ele uma magia de defesa e outra de agilidade. Claro que neste processo o paladino ficou com hematomas dos arremessos e pancadas recebidos até entender como usar aquelas magias. O treinamento prosseguiu por mais alguns dias, assim ele aprendera o básico.

Em outro momento Desmond pediu a Merin e a Arthas para consultar membros da ordem para obter informações a respeito dos canhões que eles viram em alto mar, além da pólvora descoberta há um ano. De acordo com Redlbelt os canhões eram usados pelo reino de Nillfgard, além do mar.

***
Alyan descansou em seu feudo. Nos dias ali ele viu as bandeiras e estandartes com a cruz de Santiago estavam prontas, excelente trabalhado feito pelas artesãs acostumadas a trabalhar principalmente com lã.

Theon, o administrador da propriedade, entregou a eles duas cartas. A primeira era um comunicado oficial de Berz no qual Lorde Hildgard informava que cada lorde nomeou um vassalo como representante na administração do porto, assim como, um administrador geral nomeado pela cidade. Representando DeBrayne Alyan indicou Sir Beovia, o mais antigo vassalo do feudo.

A segunda carta era do arcebispo Borgia. O clérigo aceitou visitar as terras mais novo lorde de Berz. Notícia que alegrou os ânimos dos vassalos quando Alyan fez o anúncio num jantar na sede do feudo. Quanto ao casamento o arcebispo disse que falará com ele pessoalmente, também pediu para ele fornecer ajuda e assistência ao padre Girolamo que chegará em Berz em quinze dias, um pouco antes da reinauguração da igreja.


 Girolamo

***

Veigar deixou a guilda um pouco antes da sua dissolução, na mensagem ele disse apenas que partiria em uma viagem sem mencionar o destino ou o propósito. Alyan concordou em deixar os lucros da guilda para Desmond e Tyr, ele ficou com a sede na cidade, sendo permitido que os outros mantenham seus quartos. Os pertences de Lyon foram retirados do seu quarto e queimados no pátio. Na ocasião Desmond entregou a eles um colar de ouro, prometido por Merin. Alyan e Tyr também acertaram suas diferenças devido ao acordo de construção do porto.

***

Tyr reuniu-se com Bjor e Bane. O plano para trazer os contrabandos pelo rio estava pronto, agora só dependia do capitão Redbelt começar a navegar até Basiléia. Mais tarde o ranger foi até o feudo de Alyan aguardar o retorno do capitão que levou o barco a Maon para testá-lo. Na volta o capitão disse que estava pronto para navegar com a tripulação de dez homens. 

- Que bom te encontrar aqui Tyr – disse o capitão. Encontrei esse garoto em Maon e ele tem uma história interessante para contar.

Joha

- Oi... meu... nome... é Joha. Você me salvou em Maon quando aquelas criaturas verdes atacaram a vila – contou o garoto.

- Ele disse que queria ser um aventureiro e como ele não tem família decidi trazê-lo aqui. Ele insistiu mesmo depois de ameaçar abrir sua barriga e jogar as tripas no rio – disse rindo Redbelt.

Tyr, apesar do mau humor constante, havia sentido empatia pelo garoto. Talvez pelo fato dele ser o oposto do ranger quanto ao temperamento. Depois da chegada ele deu uma espada curta ao garoto e o mandou a Berz procurar a taverna Porco Trovejante. Quando Joha passou pelo feudo pedindo informações Alyan o alimentou, deu a eles roupas e disse para ir no outro dia pela manhã. Mais tarde, Tyr e companhia também passaram a noite no feudo.

De volta a Berz a mãe de Tyr ficou sem entender. Ela achou que o garoto era um filho bastardo de Tyr e estava tratando o garoto como neto. Nesses dias o ranger conseguiu negociar com Alina o conserto do seu arco – que foi cristalizado. A maga tinha um contato em Estrosburgo e cobrou dele o serviço. Dias depois ele recebeu sem arco consertado.

***

Merin os chamou dez dias depois. O líder de Berz disse que recebeu outra carta de Uther, magistrado de Velen, agradecendo por ter enviado Lyon para ajudar com o problema da floresta. Além disso, ele descobriu que Estrosburgo enviaria templários para lá também. Merin então pediu para eles irem até Velen capturar Lyon, senão for possível então mata-lo. Contudo, eles deveriam tomar cuidado para que a imagem de Berz não seja prejudicada.


Feitos os preparativos o grupo – Alyan, Tyr e Desmond – partiu para Velen. A neve caia suavemente sobre eles quando saíram de Berz trajados e equipados. O vento frio era mais suportável graças as grossas capas que eles estavam usando. No primeiro dia passaram pelo vilarejo onde Ban, o pastor de ovelhas, havia pedido ajuda há algum tempo. 

De lá, atravessaram a ponte. Mais dois dias de viagem pela estrada ao lado da floresta sombria, ou melhor, aquilo que restou após as chamas de Drakna queimarem metade das arvores secas. 



Na manhã do quarto dia, um domingo, eles chegaram a Velen. Alayn e Desmond decidiram ir à igreja conversar com o padre enquanto Tyr foi ao bordel.

Velen

Na igreja um grupo de pessoas ouvia uma jovem fazer um discurso nos degraus, logo atrás a porta estava fechada. Catharine incentivava as pessoas a não aceitar a ajuda de Lyon. Segundo ela, depois que ele chegou as coisas só pioraram, além de pessoas estarem desaparecendo.

Enquanto isso, Tom aproximou-se deles. Na breve conversa, eles disseram que estavam só de passagem. Também descobriram que o padre August estava desaparecido, assim como outras pessoas. Depois Catharine também veio falar com eles e então eles contaram que estavam ali para lidar com Lyon.

Catharine                                          Tom



Tyr, por sua vez, estranhou o grande movimento de pessoas no bordel no domingo de manhã. O ranger descobriu da situação da vila, ou seja, os desaparecimentos, a ajuda de Lyon, a falta de mantimentos e as lojas fechadas. Ane disse que ele conseguiria mais informações sobre Lyon se conversasse com Uther na prefeitura.

O magistrado, depois questionar Tyr – que mentiu sobre sua identidade e propósito – contou-lhe da ajuda de Lyon e que o druida estava na estalagem, embora há três dias não seja visto na vila. Nilfe, um homem alto com uma cicatriz no olho direito, acompanhava Uther. Os dois eram os principais apoiadores de Lyon.


Uther                                                                                     Nilfe

Alyan e Desmond encontraram Tyr saindo da prefeitura. Mais tarde eles foram ao cemitério investigar, pois algumas pessoas relataram terem visto Lyon por lá. Não havia ninguém, apenas algumas covas recém feitas e algumas outras abertas. 




Dentre as lápides uma cripta destacava-se. Alyan reconheceu o brasão cravado na pedra, pertencia a família de nobres aventureiros chamada Dumbar. Eles foram os pioneiros na exploração da montanha e para isso fundaram uma vila que mais tarde tornou-se a cidade de Velen.


A cripta possuía alguns degraus e tinha apenas um salão com três caixões de pedra ao centro. Pilares de pedra sustentavam a estrutura e também serviam de suporte para tochas apagadas. Desmond foi a frente usando sua lanterna, a luz aos poucos ia relevando o interior da cripta. Tyr percebeu pegadas no chão empoeirado, indicando que pelo menos três pessoas estiveram ali recentemente.

Desmond e Alyan aproximaram-se dos túmulos, um deles (do centro) estava entre aberto. O guerreiro empurrou a pedra para terminar de abri-lo. Lá dentro não havia ossos, apenas manchas vermelhas cobrindo o fundo, parecia ser sangue, muito sangue.

Concentrados nos túmulos eles não notaram esqueletos aproximando-se e partindo para cima. Um de cada lado e o terceiro vindo por cima de um dos túmulos. As criaturas tinham forma humanoide, envolvido em raízes, com a lápides no lugar da cabeça.


Alyan, Tyr e Desmond receberam os primeiros golpes e em seguida contra-atacaram. Um dos inimigos caiu rapidamente, outro – que vinha sobre os túmulos – saltou sobre Alyan que o apartou com o escudo, jogando em seguida dentro do túmulo vazio onde foi finalizado por Desmond. Tyr havia trocado o arco pelas espadas curtas e revidou fazendo um movimento em X.

Só então eles notaram a presença estranha que estava escondida nas sombras. Lyon apenas disse que foram tolos de virem atrás dele e num gesto ritualístico fundiu os três esqueletos em um maior. Em seguida transformou-se em uma nuvem de insetos e saiu da cripta. A criatura expandiu suas raízes pelas laterais da cripta para prendê-los.

Lyon

Tyr e Desmond recuaram para perto da saída. O paladino ajoelhou-se e começar a recitar uma prece a Deus Todo Podoreso. Tyr deveria protege-lo. Alyan partiu para cima da criatura e atacou o lado esquerdo cortando as raízes. Do lado direito elas continuaram a crescer e alcançaram Tyr. Ele defendeu-se das primeiras chicotadas e estocadas, mas algumas acertaram sua perna.

Alayn recebia no escudo poderosos golpes do monstro. Então uma luz desceu sobre Desmond e quase em transe ele levantou os braços tomando controle daquela abominação. Alyan cortou a criatura em partes até ficar apenas restos.

No fundo da cripta eles encontraram um círculo no chão e algumas urnas funerárias. Tyr explodiu uma delas com uma flecha assustando Alyan que estava perto das mesmas. O ranger pegou, sem pesar, algumas moedas de ouro deixadas ali.


De volta a Velen, a cidade estava em comoção porque Catherine havia desaparecido e os grupos a favor e contra Lyon estavam com os ânimos alterados. Além disso, a presença de visitantes depois de tanto tempo também levantava suspeitas. 

Depois de resolvido o impasse eles foram a estalagem. Sylon, um senhor de cabelos grisalhos, os acomodou em um quarto no andar superior, a comida era simples – para não dizer horrível – afinal a cidade estava com poucos suprimentos. Após a jantar eles foram checar o quarto de Lyon para procurar pistas. Alyan ficou de guarda na escada, Tyr destrancou a porta e entrou. Assim que pisou no cômodo ele ativou uma runa e espinhos de madeira feriram ainda mais sua perna. Desmond o levou de volta ao quarto e fez outra prece pela saúde do companheiro.

Sylon disse que a noite eles não deveriam sair. Havia um toque de recolher na cidade, além disso, diziam que monstros perambulavam pelas ruas à noite. Depois de três horas de descanso eles ouviram alguns barulhos vindos da praça central bem em frente a estalagem.

Cães latindo, pessoas conversando – embora inteligíveis o conteúdo, quase como um mantra. Cuidadosamente eles abriram a porta e saíram para observar. Tyr subiu no telhado da estalagem.

Muitas pessoas – homens, mulheres, crianças, idosos – estavam em circulo ao redor da praça. Algo no centro emitia uma pequena luz vermelha. O paladino e o guerreiro foram em direção as pessoas para tentar ver o centro. Tyr viu Lyon no centro da praça, na frente do druida um altar de pedra. Ele segurava uma adaga enquanto entoava palavras mágicas numa língua estranha. Deitada sobre a pedra estava Catharine. O ranger ainda tentava entender o estava acontecendo.



Por uma das ruas laterais a estalagem Tom e um grupo de seis guardas vieram correndo. 
Tom gritou: Parem! Não façam isso! 

Na sequência foram abrindo caminho entre as pessoas que agora viraram para fora dos círculos e atacavam o grupo. Alyan e Desmond juntaram-se a eles. Crianças seguravam nas pernas, mulheres batiam com panelas, idosos jogavam fezes, homens usavam pás e enxadas como armas. Não ofereciam grande perigo, porém eram um obstáculo.

Então Lyon cravou a adaga no coração de Catherine, seu grito de dor ecoou no ambiente. Quando o sangue escorreu sobre a pedra até o chão o brilho vermelho ficou mais intenso e uma barreira mágica envolveu Lyon e o altar. Ele continuava a entoar um encantamento.



Alayn e Desmond chegaram ao centro momentos antes de verem o sacrifício ser realizado, do lado de fora da barreira esqueletos – como aqueles da cripta – guardavam o druida. Espada e lança, do guerreiro e do paladino respectivamente, cortaram e destruíam as raízes e terra das criaturas sem dificuldade, porém a barreira era mais resistente.

Do altar linhas vermelhas corriam pelo chão em direção aos quatro pontos cardeais. Momentos depois pontos de luz vermelha foram vistos nessas direções e toda a cidade foi envolvida por uma espécie de névoa mágica. As pessoas começaram aos poucos a cair no chão inconscientes, aqueles mais fortes conseguiram resistir um pouco mais.

De cima do telhado Tyr atirava flechas contra a barreira e aos poucos pequenos trincados eram feitos. Na parte de baixo Alyan golpeava. Desmond observava a situação quando flores vermelhas começaram a crescer de dentro dos corpos das pessoas. Assim que desabrochavam um orbe de energia ia até o centro para ser absorvido pelo druida.



Foi então que Tyr viu quatro aranhas indo em direção ao centro. Ele atirou em uma delas que desviou do seu caminho e foi em direção a ele. Ela lançou uma teia e começou a subir em direção ao telhado. O ranger cortou a teia e momentos depois desceu do telhado pelo outro lado, mas ali ele ficou mais abatido pela magia do druida tendo que esconder-se.



A sensação de fraqueza permanecia forte, agora somente eles estavam conscientes. As outras aranhas atacaram Desmond e Alyan. Eles dividiam o combate entre elas e tentar romper a barreira que estava quase cedendo. Por um instante Lyon tomou o controle e gritou: Saiam daqui! Vocês vão morrer! Maximus retrucou: Silêncio seu tolo. Então orbes de luz surgiram das casas e vinham de todas as direções da cidade até o centro, ou seja, todos os habitantes de Velen estavam mortos.

Quando a barreira quebrou Desmond ignorou a aranha e usando sua magia de combate moveu-se o mais próximo possível de Lyon e arremessou sua lança que acertou em cheio o estômago do druida. Alyan também partiu para cima, com as aranhas em seu encalço, saltou sobre o altar e deu um golpe na cabeça de Lyon. 

O druida caiu no chão com um sorriso no rosto. Então toda a energia concentrou-se nele, assim como todos os corpos e criaturas foram absorvidos. Antes dele renascer com todo esse poder Safira surgiu e o tomou para si.


Safira
 

Alyan e Desmond foram em direção a Tyr. A elfa foi flutuando até eles.

- Oh... não esperava encontrar ninguém vivo depois desse ritual – disse enquanto pensava: então aquele druida ainda conseguir resistir e salvar estes três...
- Nos encontramos novamente, nós a ajudamos a vencer a fada – recordou Desmond.
- Sim, eu lembro de vocês.

A conversa continuou por mais alguns minutos. Em suma, ela pediu a eles informações de como acessar o portal para arcádia que fica em Berz. Se fizerem isso ela concederia a eles um desejo. Alyan questionou sobre imortalidade, Desmond disse que queria poder para ascender na sua ordem e Tyr mostrou-se desinteressado. Isso chamou a atenção de Safira.

- Humanos sempre querem algo, mesmo que não admitam. Sendo assim, coloquei uma marca em você para obriga-lo a colaborar. O ranger agora ficou sem escolha, senão ajuda-la em trinta dias ele morrerá.

Após isso eles respiraram aliviados. Safira prometeu passagem segura para eles pela floresta sombria e também pararia o avanço da floresta nesse tempo. Em trinta dias eles deveriam encontra-la na antiga fonte guarda pela fada.

Depois de descansarem um pouco o grupo partiu. Não queriam encontrar os templários e ter que explicar aquela situação. Ao mesmo tempo que estavam aliviados por terem resolvido as coisas com a traição de Lyon, o peso de milhares de vidas estava sobre eles. A volta foi silenciosa.

Em Berz eles tentavam retomar a vida como antes. Desmond relatou a Merin o que aconteceu. O paladino de Graal deu a eles descanso por algum tempo e iria consultar a ordem sobre o que fazer diante desse problema.

Assim, o inverno chegou na metade. O frio não era apenas físico, parecia impregnar a alma e abalar o espírito.

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