Em Berz, no dia
seguinte, começaram os preparativos para viajar a Oxenfurt. Desmond
e Vekna foram designados como guardas de Merin e dos lordes de Berz,
além disso cada lorde podia levar um serviçal.
Uma semana depois do
retorno a caravana saiu de Berz. Tres carroças para os lordes, uma
para suprimentos e uma para os serviçais. A viagem levaria quinze
dias, a primeira parada foi em Brondeburgo, onde a caravana deles se
juntou a de Berz. Conde Beorn e Conde Merin conversaram sobre a nomeação de Loth como Marques.
Mais dias de viagem e
eles pararam em Vegenberg, a segunda maior cidade do reino. Ali eles
ficaram hospedados na estalagem Devoto Fiel. Logo perceberam o motivo
do nome, pois na ida até lá um homem alto e magro, vestindo trapos
e com ferimentos pelo corpo estava sendo executado na guilhotina por
heresia.
Vekna notou três
fontes de magia na estalagem, fato compartilhado com Desmond. Ali
estavam apenas as pessoas de Berz e Brondeburgo. Durante a refeição
Alyan fez contatos com lordes de Brondeburgo.
As caravanas partiram
com o nascer do sol. Mais cinco dias de viagem até a capital,
atravessando a floresta de Melfort. No caminho Merin aproveitou para
explicar os títulos de nobreza e como funciona a administração do
reino.
Oxenfurt é uma cidade
imponente e a maior parte das construções de pedra.
Estrategicamente posicionada com acesso ao oceano Eltheric e ao rio
Azurian. A cidade estava decorada com bandeirolas, barracas nas
entradas e também pelas principais ruas.
Durante as festividades no
palácio banquetes eram oferecidos nas praças, assim como
apresentações artísticas.
As comitivas foram direto ao palácio após serem identificados no portão. Lá Jarbas, o mordomo real, orientou os serviçais. Nobres com título de Duque e acima ficariam no terceiro e quarto andar, os demais no quinto e sexto. A programação oficial consiste em: dia 1 - recepção e banquete, missa de celebração, jantar/livre; dia 2 – nomeação de nobres, reunião com nobres, jantar/apresentações; dia 3 – café da manha no jardim real, leilão, baile de primavera.
Apenas a guarda real e
os guardas designados pelos nobres tinham autorização para portar
armas dentro do palácio. Além disso, sacar a arma somente em
situações especificas e restritas. Depois de acomodados o grupo
descansou da viagem para os três dias de evento e ainda planejavam
firmar acordos com porto real, com banco Vivaldi e com a guilda
Balança de Ouro.
A recepção dos nobres
aconteceu em um dos salões do palácio. Todos os nobres estavam
reunidos. Cada um com seu local designado de acordo com a importância
do título.
O arauto anunciou:
- Vossa Majestade Rei Emyr Emreis e a rainha Audrey!
Eles entraram e foram
até os assentos atrás do estrado principal em uma parte elevada.
Conforme passavam todos faziam um reverencia. Assim que o rei
sentou-se todos acompanharam. Os serviçais serviram bebidas.
- Saudações estimados amigos – disse o rei com uma expressão de satisfação.
Momentos depois o
arauto anunciou a entrada do principe Elrik e da princesa Margareth.
Ele entrou e foi até o estrada principal, porém não sentou-se e
ficou em pé perto da parede. A princesa sentou-se. Os nobres acharam
estranho, além disso ele portava uma espada. Novamente o arauto:
Principe Elrik!!!
O príncipe passou pelo
corredor cumprimentando alguns rostos conhecidos. Quase todos os
presentes estavam atônitos. Ele foi e sentou-se no estrado. Então a
guarda real trancou todas as portas do salão.
- Vejo que muitos estão surpresos – disse o rei.
O monarca contou-lhes
que o príncipe viajou para as principais cidade do reino se passando
por guarda do príncipe. Isso permitiu a ele conhecer realmente a
intenção dos nobres, pois Elrik passou muito tempo em outros reinos
e quando retornou ele e o rei pensaram nesta jogada.
O silencio era absoluto
no salão. Alguns nobres estavam apreensivos e nervosos, outros
disfarçavam.
- Nesta aventura meu filho descobriu muitas coisas interessantes sobre meus amados súditos – continuou o rei – adorando aquela situação.
- Descobri que muitos são fieis ao reino, outros gananciosos, alguns indiferentes e claro conspiradores e traidores. Aqueles que não notaram nossa estratégia tiveram a chance de saberem a verdade, pois o príncipe sempre compartilhou com alguém a verdade.
- Antes de continuarmos essa conversa interessante, vamos comer!
Uma das portas foi
aberta. O chefe da cozinha veio a frente e apresentou os pratos
trazidos pelos serviçais: um pavão assado inteiro com a cauda,
assim como seis cisnes; codorna com mel e especiarias, outras carnes
assadas, tortas, etc.
O rei e sua família
começaram a comer. Os nobres seguiram. A tensão no ar continuava
mesmo com o som das harpas e flautas dos bardos.
Desmond notou no salão
a presença de Esme e Barax obviamente, mas também reconheceu
Delthir, membro da ordem de assassinos. Vekna notou que as fontes de
magia eram muitas e com tantas pessoas juntas era difícil distinguir
a fonte. O mago ficou incomodado com um nobre que o observava. Mais
tarde ele descobriu que era Valerion, lorde de Cintra. O nobre falou
com ele brevemente, mas na saída disse que a Ordem de Luft mandava
lembranças.
Após a refeição o
rei retornou ao seu assento. Na porta ao fundo serviçais entraram
com panos e montagem algo no canto. Do outro lado o capitão da
guarda real, usando armadura completa, ficou ao lado do rei.
- É chegada a hora de saberem a verdade – disse o reino andando pelo salão, conforme discursava ele tocada no ombro de algumas pessoas.
De volta ao assento ele
disse: Darei uma chance aqueles que confessarem sairão daqui vivos.
Richard, lorde de Rivia
confessou e pediu perdão. Apenas ele. Emyr fez um sinal e os guardas
levaram os nobres que ele tocou até o centro, forçando-os a ficarem
de joelhos.
- Um duque, um marques, três condes e dez lordes – vejo que a traição pode contaminar até aqueles mais próximos. August, como duque você terá honra de morrer pelas mãos do seu rei.
Assim o rei executou o
duque August ali mesmo na frente de todos. Os demais foram levados
pelos guardas para serem esquartejados, seus títulos e bens
confiscados. O mesmo ocorreu com Richard, porém ele permaneceu vivo.
Aqueles mais próximos
já conheciam o temperamento de Emyr. Embora devoto e religioso o rei
tinha seus próprios meios de administrar o reino. Para outros foi um
choque. Emyr fez isso de propósito, um dia antes de nomeação dos
novos nobres.
- Sejam bem-vindos a
Oxenfurt – disse o rei e saiu do salão acompanhado por sua
família.
Parte 2
Parte 2
Durante a tarde o grupo
preparou-se para missa de celebração de ano novo. Neste período os nobres com
títulos mais altos reuniram-se com o conselho real e posteriormente com os
duques responsáveis por suas regiões.
No final da tarde a comitiva real
e da nobreza deixou o castelo em direção a Catedral de Burgos, uma imponente
construção na área principal de Oxenfurt.
- É impressionante a vista da
cidade, especialmente da catedral – comentou Lorde Jonas.
A reação foi ainda mais
surpreendente no interior de Burgos. Os nobres sentaram-se da frente para o
fundo conforme seus títulos. Os seus protetores permaneceram em pé, ao lado dos
bancos, durante as três horas de missa. Do lado de fora uma multidão saudava o
Rei e aguardava a benção do cardeal Giuseppe.
Entre o povo Desmond reconheceu
Delthir. Em outra ocasião eles conversaram e o assassino estava ali para novos
contratos. O paladino ficou em alerta. Estado que Vekna já estava após o
movimento da Ordem de Luft. Na catedral Alyan descobriu que arcebispo Magno
rivalizada com Borgia, pois de acordo com a hierarquia Estroburgo deveria ter
um bispo apenas.
Realeza e nobreza participaram da
santa ceia. No momento de Alyan, o lorde reuniu toda sua fé e devoção em uma
prece sincera, então raios de luz do sol poente refletiram nos vitrais
iluminando o nobre de Berz. Fato semelhante aconteceu durante a nomeação dos
nobres no dia seguinte.
De volta ao castelo, durante o
jantar, a duquesa Ynnefer de Rivia causou comoção no salão. A bela e jovem
esposa do Duque Kief, muito enfermo no momento, caminhava lentamente olhando em
volta, acenando para alguns nobres. Vekna estava atento e logo notou uma aura
mágica poderosa vindo dela, tão forte que ofuscou qualquer outra fonte arcana
no local. Ela o fitou por alguns segundos, apenas ele notou.
O jantar mais simples do que da
noite anterior ocorreu tranquilamente. Assim que o rei saiu muitos outros
nobres também se retiraram. Nesse momento que Desmond e Vekna ouviram algumas
fofocas da corte.
Dois jovens barões conversavam
sobre Ynnefer.
- Oh. A duquesa é muito bonita.
- Sim, mas logo depois do casamento
o duque ficou doente. Alguns dizem que ela fez algo com ele.
- Impossível, uma criatura tão
radiante não faria algo assim.
Na mesa do lado uma moça de
cabelos castelos riu e comentou com outras ladys:
- Homens são bobos. Todo mundo já
ouviu dizer que a duquesa é consorte do rei. E para conseguir título e posses
aceitou casar-se com o Duque de Rivia.
- Eu já ouvi isso, mas quem vai
dizer algo contra o rei.
- Não tenho certeza disso, pois a
condessa de Kaer comentou que a duquesa tem intenção de casar-se com o príncipe
quando o duque falecer.
- Chega de falar dessa senhora –
exclamou Lady Camila que até então só ouvia a conversa. Venham comigo, tenho
uma surpresa para vocês.
O grupo de ladys foi em direção a
cozinha do castelo. Mais tarde enquanto comiam na cozinha, o paladino e o mago,
viram Camila e Abel vindo da despensa, as duas riam. Os dois foram até o local
investigar. Muitas caixas, armários e barris com mantimentos.
Vekna concentrou-se e notou uma
porta escondida entre dois barris. Eles acharam dois locais de pressão. A porta
se abriu e revelou um longo corredor de pedra, iluminado apenas por duas tochas
ao centro.
- Uma passagem secreta, muito
comum em castelos – disse Desmond para aliviar a tensão.
- Vamos investigar – respondeu Vekna
Os dois foram até o final onde encontraram
outra porta. Do lado externo o mago sentiu magicamente que havia um grande
cômodo. Eles decidiram retornar.
Durante a exploração Alyan já
estava no seu quarto. Manic deu a ele as orientações para a cerimônia no dia
seguinte: fazer uma reverência ao rei, depois se ajoelhar, colocar a mão sobre
a bíblia, realizar o juramento, receber a consagração pelo rei, levantar-se e
beijar o anel do rei. No jantar o lorde de Berz conversou com outros lordes de
Brondeburgo. Também teve contato com Amélia, sua futura esposa, e seus pais –
Esme e Barax. Os nobres de Estrosburgo convidaram Alyan para ir à cidade para
então formalizarem o casamento.
De manhã os nobres fizeram
o desjejum em seus aposentos. Em seguida foram para a sala do trono. O rei
usava seu traje formal. Ao seu lado estava o cardeal Giuseppe. Os nobres
entraram conforme seu título. Todos estavam desarmados, exceto a guarda real.
Foram nomeados um duque, dois
marqueses, cinco condes, dez lordes, vinte barões e cinquenta ladys/sirs.
Dentre eles:
- Duque Albert Monbelt de Oxenfurt
- Marques Fersen Loth de Estrosburgo
- Marques Harald Loros de Kaer
- Conde Barax e Condessa Esme de Estrobrugo
- Lordes Jonas Stan
e Alyan De Bruyne
Conde Batemberg apresenta Alyan De
Bruyne para receber o título de Lorde de Berz. Apresente-se!
Alyan, momentos antes havia feito
uma prece para que tudo ocorresse bem e assim foi. Ele causou uma boa impressão
em todos, fez toda a cerimônia corretamente e ainda ficou conhecido como
abençoado, pois a luz incidiu sobre ele como aconteceu na catedral.
Após a consagração foi servido o
banquete. Bardos e acrobatas animavam a celebração. Desmond havia cortado o cabelo
e barba no dia anterior, agora o paladino chamava mais atenção de algumas moças
e moços da corte. Vekna estava obcecado com Valerion e Yneffer. Ainda no almoço
ele foi falar com o lorde que o desprezou e disse que não o conhecia. Fato que
o mago achou estranho.
Atenção senhores! As quinze horas
os novos nobres irão ter a honra de participar da caçada real com sua majestade
no bosque Albion. Para as senhoras a rainha realizará um chá no jardim, além de
uma exposição de artes – exclamou Titus, o mordomo do palácio.
O salão ficou mais barulhento
ainda com a animação das pessoas. Merin e Alyan partiram para o bosque, junto
com os demais nobres, servos e os cães de caça. Vekna e Desmond permaneceram no
castelo, onde teriam que se encontrar com Esme de acordo com um aviso enviado
pela condessa.
No bosque a comitiva dividiu-se
em três grupos. Alyan estava nervoso, pois o nobre não fazia uso de arcos ou arremesso
de lança. Então, quando encontrou a trilha de um javali, ele desceu do cavalo.
A presa acuada pelos cães correu na sua direção. O grupo olhava e pensava: ele
vai morrer!
O guerreiro usou toda sua experiência
de batalha e no momento certo desviou do golpe do javali. Deslizou pelo lado e
fez um corte lateral na criatura, em seguida deu o último golpe. O grupo
celebrou. De volta aos outros membros da caçada o rei o cumprimentou pelo
resultado.
- Excelente lorde Alyan. Aprecio
novos nobres que sabem o valor da caçada. Agora vamos continuar afinal eu não
posso perder para o lorde Alyan... e riu
Internamente Alyan rezava por
ajuda. Ele encontrou a trilha de um servo que no fim foi a presa do rei Emyr.
Assim, a estreia do lorde na corte real começou muito bem.
Enquanto Alyan caçada no bosque,
alimentava egos e construía sua reputação Desmond e Vekna foram até a despensa
do castelo encontrar com Esme. Os dois estavam apreensivos, além disso, a função
de protetores exigia deles força física e disposição. Muitas horas em pé e
poucas de descanso.
- Senhores – disse Esme ao sair da
sombra de umas das estantes. Acredito que temos um negócio a concluir. Então
qual a resposta de vocês ao meu projeto?
- Nós aceitamos desde que não
seja feito nada contra Berz ou a família Batemberg- respondeu Desmond.
- Sábia decisão e eu garanto os
termos do nosso acordo. Agora falemos da parte prática: como o portal é aberto
e quando faremos isso?
A conversa continuou com eles
respondendo o mínimo possível e não revelando as informações reais e precisas.
Por fim, foi acordado dela e seus associados irem a Berz para usarem o portal, possivelmente
dentro de trinta a quarenta dias.
- Temos um acordo. É bom que vocês
cumpram a sua parte. Prefiro tê-los como aliados do que como inimigos. Dito
isso, farei outro convide. Hoje, após o jantar, venham participar de uma festa
privada. Então ela mostrou a eles a passagem secreta e como usá-la.
No início da noite o jantar foi
servido em outro salão do castelo. Uma banda animava a festa. Dentre eles um
bardo, chamado Dandelion, parecia ser conhecido de muitos nobres. Desmond viu Lady
Camila pegando algo com ele e escondendo em seu busto. Mais tarde ele descobriu
que eram pós com diversas finalidades amplamente usados na corte, embora fossem
proibidos.
Como o dia foi cheio de
atividades após a refeição a família real saiu do salão, exceto o príncipe Elrik.
Ele foi passando pelas mesas e conversando com algumas pessoas que fez amizade
quando se passava como guarda do príncipe. O ambiente estava bem informal.
Logo ele veio a mesa do grupo de
Berz. Agora Vekna e Desmond estavam sentados. Finalmente podiam comer e beber.
Merin havia saído junto com Marques Loth, durante a noite eles notaram que os
dois conversaram bastante.
- Saudações! Parabéns pelo título
Lorde Alyan e boa sorte – disse o príncipe e depois virou uma caneca de
cerveja. Ele acenou e mais canecas foram trazidas. Vamos brindar!
Vekna estava evitando beber por
causa do compromisso mais tarde e da perseguição da Ordem de Luft, porém não
podia recusar um pedido do príncipe. Desmond tentou ajudar, contudo, Elrik é
muito perspicaz. O mago já havia bebido um copo de hidromel um pouco antes e
sentia-se zonzo. Os sintomas estavam alterando seus sentidos.
- Vekna isso não é hora para
ficar bêbado – repreendeu Desmond.
- Eu fui envenenado, eu sei a
diferença entre estar bêbedo – disse Vekna para Alyan quando tentou responder
ao paladino.
Titus lançava olhares de repreensão
para Elrik, pois só eles permaneciam no salão.
- Senhores foi bom conversa com
vocês. Mas é melhor encerrarmos a noite. Pretendo visita-los novamente e aí
poderemos celebrar mais. Boia noite.
Alyan foi para seu quarto.
Desmond ajudou Vekna a levantar-se e foram para a despensa. O mago estava um
pouco melhor. Após atravessar a passagem secreta eles chegaram a um cômodo
grande e lindamente decorado. Velas iluminavam o ambiente, incensários exalavam
uma fumaça aromática, servos e servas serviam nus serviam bebidas. Muitos
nobres estavam ali. Lady Camila e as amigas, Conde Beorn de Brondeburgo, Lordes
de Oxenfurt, Dandelion, entre outros.
Desmond começou a sentir o efeito
dos incensos. Uma moça chegou perto dele e do mago e soprou um pó em seus rostos.
Por fim, eles encontraram Esme sentada em um dos sofás no fundo do salão.
- Sentem-se. Vamos celebrar –
disse a condessa levando uma taça de vinho.
Os dois tentaram relutar, mas os
efeitos foram se intensificando. Aos poucos eles perceberam estarem alegres,
leves, desinibidos. E foi nessas condições que a noite prosseguiu. Esme
perguntava algo sobre o portal, depois ria, relembrava uma história, fazia uma
fofoca.
E – Esme / V – Vekna / D- Desmond
- Não acredito. Aquele homem tão
formal fez isso – D
- Apenas aparências! Olhando pra
mim você diria que sou vingativo? - V
- Acho que não, apenas
estranho... hauahuahauhuah - D
- Verdade, quem usa máscaras ao
meio dia para andar na rua... - V
- Então vocês já foram para
Arcádia? – E
- Sim. Fomos, quase não voltamos –
V
- Ah, verdade... Ennar... sabe...
ah Ennar – D
- Ennar? – E
- Quem? – V
E sem noção de tempo e espaço a
conversa continuou. Na manhã seguinte eles acordaram em seu quarto. Os dois
ainda estavam úmidos, desnudos e com hematomas doloridos pelo corpo. Apenas
lembravam-se de chegarem a festa privada, do cheiro do incenso, da nuvem de pó
sobre seu rosto. Depois era tudo um borrão. O que mais aconteceu naquela festa?
E depois de lá? Por que estavam naquelas condições? O que teriam dito?
No jardim do palácio foi servido
o café da manhã do último dia de celebração. Merin e Alyan conversavam sobre os
eventos e se questionavam sobre Desmond e Vekna. Os dois visivelmente abalados
e acabados chegaram para cumprir suas funções.
Muitos nobres não compareceram,
nem a família real. Um leilão de quadros e tapeçarias, quase todos com tema
religioso, era realizado perto da fonte. Quadros de Kieron e Dunhill estavam
venda. O primeiro, pintor de Estroburgo que alcançou fama na corte recentemente,
era desafeto do segundo, já conhecido como pintor da nobreza.
No período da tarde o grupo foi
ao Porto Real (Kamizir), a Guilda Balança de Ouro (Delvin) e ao Banco Vivaldi
para tentar fechar parcerias para Berz, principalmente com relação ao porto recém-inaugurado
da cidade. Em todos os locais eles fizeram o contato inicial e os representantes
ficaram de enviar propostas formais.
Delvin
Kazimir
Vivaldi
O evento final era o Baile de Máscaras.
Foi realizado no salão principal do castelo, o local mais bonito depois da sala
do trono. A maioria das máscaras eram de animais. Apenas o rei, o arquiduque e
os duques usavam símbolos diferente. O rei, por exemplo, usava máscara com um
sol. Coincidente ou não, Ynnefer usava uma máscara da lua. Após o breve discurso
do rei foi serviço o jantar. Durante uma hora, no centro do salão, nobres
dançaram.
O grupo de Berz estava pronta para
partir na manhã seguinte. A volta seria apenas com a comitiva da cidade, pois a
de Brondeburgo ficaria na capital mais alguns dias. As carroças seguiam
tranquilamente pela estrada principal, na tarde do terceiro dia, ainda dentro
da floresta eles avistaram uma carroça quebrada na margem da estrada.
Alyan, Vekna e Desmond foram
investigar. Cestos com alimentos, pedaços de tecidos, caixas quebradas. Então
flechas voaram na direção deles. Eles sofreram ferimentos leves, porém o cavalo
de Alyan ficou machucado e os Desmond fugiu na confusão.
Galopes vinham de trás da
caravana. O pânico se instaurou entre os nobres dentro das carroças. Outros
guardas entraram em confronto com três dos cavaleiros. Outros dois foram em
direção a Alyan e Desmond respectivamente.
O paladino lançou uma rajada de
ar com a espada derrubando um arqueiro que estava na arvore. Neste momento uma
nevoa surgiu e os envolveu. Vekna notou a magia imediatamente e localizou o mago
que canalizada energia da terra.
Desmond ficou em guarda. Ele
apenas alguns metros ao seu redor. O cavaleiro veio correndo, porém com a visibilidade
reduzida o cavalo assustou-se e saltou. O paladino só sentia o vento ao seu
lado. Na sequencia o cavaleiro caiu sobre a carroça quebrada e o teve o azar do
cavalo cair sobre ele também.
Alayn defendeu-se da lança do
cavaleiro com o escudo e atacou o cavalo. Depois feriu gravemente o ladrão que
ficou no chão sangrando. Enquanto isso Vekna defendia-se com sua areia mágica
de lanças de ferro que saiam do chão em sua direção. Merin saiu e subiu na
carroça. Ele fez movimentos com sua espada, carregada de eletricidade,
dispersando aos poucos a névoa.
Com a situação relativamente
controlada os três foram atrás do mago. Eles o acharam logo depois da carroça
quebrada, perto do riacho e da pequena ponte. Mais lanças surgiam do chão
enquanto iam na direção do inimigo. Eles desviaram ou se defenderam com
habilidade. No momento do avanço final o mago criou uma barreira de água
circular ao seu redor. Alyan e Desmond tentaram atravessar, porém a força da
água os impediu. Vekna colocou ambas as mãos no chão e canalizou sua energia
para explodir a terra dentro da barreira.
O inimigo notou e neutralizou o
efeito, depois direcionou a água da barreira na direção deles como uma onda.
Nesse momento Alyan havia retornado a caravana para chamar Merin. Desmond
cravou a espada do chão e usando sua força permaneceu no mesmo local. Vekna
ficou atrás dele para não ser jogado.
Encharcados os dois pensavam no
que fazer. Desmond avançou e sentiu seu corpo lento. Ele notou que estava
ficando mais frio. Antes de ser atacado novamente, o inimigo entrou no chão e
fez a terra acima começar a imobilizá-los quando Merin e Alyan chegaram. Então o
líder de Berz usou sua arma para causar uma descarga elétrica no solo. Anterion
teve que sair, no seu retorno Alyan acertou um golpe em seu torso, antes do
corte terminar o mago endureceu sua pele, recebendo apenas metade do dano. Por
fim, ele fugiu, entrou no solo e desapareceu.
Alguns mercenários fugiram quando
o mago desistiu. Um dos guardas foi morto no confronto com os cavaleiros. Os
nobres estavam bem. Antes de partir eles falaram com o mercenário ferido por
Alyan. Ele lhes contou que foram contratados por um homem, ele queria um anel e
o restante seria nosso, além de receberem um pagamento.
Depois disso a viagem seguiu sem
problemas, passaram por Vegenberg e Brondeburgo. No décimo quinto dia chegaram
a Berzs, onde os campos já estavam quase completamente semeados. O clima ameno
da primavera expulsou de vez os ventos gelados, assim como o verde tomou conta
das paisagens outra vez. Desta forma, terminou a viagem que durou trinta e três
dias. Agora uns dias de descanso.