Aventura #34 - Guerra em Nova Arcádia


Um turbilhão de sensações percorreu seus corpos enquanto flutuam pelo fluxo de energia do portal aberto pelo paladino. No instante seguinte eles estavam caídos sobre um campo gramado. O céu sem nuvens brilhava em tons de roxo e laranja, no horizonte duas luas despontavam.

Vekna foi o primeiro a levantar-se. O mago olhava para todos os lados procurando os inimigos. Alyan e Tyr ajudaram Desmond a caminhar, o paladino ainda sofria os danos do veneno usado por Aela.

- Urg! Pensei que estaríamos na cidade... – disse pausadamente Desmond.



O grupo seguiu pelo campo até uma estrada construída com blocos de cristal que de longe parecia ser água. Dali eles foram seguindo em direção ao norte, após meia hora de caminhada, o grupo foi abordado por uma patrulha de centauros.



- Ulavathae noresh taine – disse Arthemis – uma centauride enquanto os demais cercaram os aventureiros.

- Eu sou aliado de Arcádia, queremos ir à cidade... – respondeu Desmond antes de ser interrompido por Arthemis.

Eles foram escoltados até os portões de Arcádia. A cidade estava diferente. O enorme portão de ouro só foi aberto quando Arthemis solicitou. No alto das muralhas silfos e dríades vigiavam. Assim que entraram na cidade foram levados até um salão próximo a muralha, antes disso tiveram que deixar suas armas, inclusiva as relíquias élficas.


Desmond foi colocado em uma cadeira e ali ficou. O corpo do paladino estava paralisado quase completamente e usando suas últimas forças ele chamou por Ennar. Momentos depois ela apareceu e falou com Valquíria sobre eles serem aliados. A fada estava um pouco maior e também usava um traje adornado. 

Valquiria                                                     Ennar


- Desmond, Desmond... o que achou do meu vestido novo? Combina com meu novo status de fada arcana do gelo? – exclamou Ennar.

- Precisa de ajuda Ennar... foi o máximo que ele pode dizer.

Antes de chamar uns dos golens de cristal, que patrulhavam as runas da cidade, Vekna conversou com ela, o mago procura um mestre para desenvolver outro caminho de magia. Desmond foi levado a um alquimista amigo da fada, aos demais ela disse para se reunirem na biblioteca mística no final da tarde. Por hora, eles estavam livres para circular por Arcádia.



O golem deixou Desmond em um canto e saiu. Ennar chegou em seguida. Ela pediu para Styx, um gnomo alquimista, cuidar do paladino.

- Mais tarde eu volto para vê-lo. Styx faça o que precisar.

O gnomo sacou uma varinha e apontou para Desmond fazendo o flutuar no ar até outra sala onde o colocou sobre uma bancada de pedra. Ele espetou a varinha no braço do paladino deixando o sangue escorrer, depois pegou uma amostra e fez um ritual para identificar o veneno. Horas mais tarde Desmond sentia-se um pouco melhor, mas o corpo ainda lento e pesado.

Durante esse período o restante do grupo foi ao círculo do entretenimento a procura de uma pousada. Nas ruas dessa parte da cidade ele3s viram grupo de anões malabaristas e uma trupe de faunos encenando uma peça.

A estalagem Sábio Preguiçoso estava cheia mesmo com o controle de entrada de pessoas na cidade. Eles sentaram-se em uma das mesas, rapidamente um fauno os atendeu. 


- Hoje temos salada de cogumelos ou ovos de salamandra com pimenta para entrada e dragão’agua assado ao molho de laranja e mel para prato principal – ofereceu a eles antes de ir deixar canecas de hidromel na mesa ao lado.

- Queremos quatro, três com ovos de salamandra e um com salada – respondeu Vekna.

Na mesa do lado um elfo, um humano com cabelos grisalhos e uma jovem jogavam cartas, bebiam e riam alto. Ao fundo, num palco de madeira, bardos tocavam alaúdes e vez ou outra cantavam uma canção.

O elfo, todo animado, abordou Vekna quando o fauno trouxe as primeiras de muitas canecas de hidromel.

Não quer jogar cartas? – perguntou maliciosamente.

Estou bem, obrigado – respondeu o mago.

Ah... e se apostarmos algo? Fica mais interessante – retrucou.

A conversa continuou com Vekna tentando obter informações sobre o cristal azul que ele encontrou nas ruínas élficas. Depois da recusa final o mago passou o restante dos momentos ali monitorando o elfo e seu grupo.

As entradas foram servidas quando Ennar e Desmond chegaram. Alyan e Tyr mantinham a compostura mesmo com os ovos apimentados queimando suas línguas. Lia desfrutava da sua salada tranquilamente. Mais umas rodadas de hidromel depois Alyan foi dançar com o grupo da mesa ao lado para desespero de Vekna que por um momento achou que eles tinham roubado o lorde.

Ennar conseguiu negociar um quarto para todos por apenas cinco moedas de prata. Quando deu a notícia Desmond e Lia riam à toa, Tyr havia pago mais bebidas, além de dar um mortal mesmo bêbado (mesmo tendo vomitado em seguida). Uma briga começou do outro lado a taverna, cadeiras e canecas voaram, gritos de dor e xingamentos, ou era o que eles acharam que fossem aquelas palavras.

Depois que os golens levaram os brigões, Lia foi para o quarto dormir e os demais seguiram para a biblioteca no círculo do conhecimento. 



Lilith os recebeu no terceiro andar da torre. Nas laterais circulares as estantes de metal quase formavam um labirinto. Lilith, a tímida fada, veio falar com eles. Ali eles descobriram que o conjunto de relíquias foi forjado pelos Elfos da Noite para se opor as 3 Relíquias Místicas dos Elfos do Sol.
O conjunto encontrado por eles é o da terra e supostamente existe um conjunto para cada elemento. Além disso, todos eles possuem uma peça que é o coração mágico. No da terra é o martelo capaz de aumentar o peso daquilo que é cortado por ele.




Lilith folheou o livro A Origem do Poder antes de responder a Vekna sobre as Relíquias Solares. A primeira chamada Solar Igneas é um amuleto de ouro com rubi ao centro, seu formato remete ao sol e concede ao usuário o controle absoluto do fogo. Se o usuário não for hábil será consumido pelas chamas.

A segunda chama-se Aegis. É um baú de marfim capaz de selar qualquer coisa. Objetos são transformados em energia e selados para sempre; seres vivos permanecem selados por mil anos.
A terceira é conhecida por Ogna Infinitum. Um livro mágico com aparência desgastada que concede ao usuário magia temporal desde que ele consiga ler até o final sem ficar preso em um lopping temporal ou ser lançado entre os planos e dimensões.

Saíram de lá no final da tarde. Ennar disse que no dia seguinte eles deveriam ir ao palácio de cristal participar de uma audiência com a rainha Titânia. Até esse momento o grupo dividiu-se para olhar as lojas no círculo do comércio e da magia.

Desmond foi com Tyr até a loja Caminhos Sombrios. Segundo Lilith ali ele encontraria ajuda para lidar com maldições. Uma bela mulher os recebeu. Desmond desconfiou que ela não era humana, pois não parecia estar encantada por ele.


Eriel disse que havia um ritual que poderia estender o tempo de vida do ranger, mas para realiza-lo ele deveria passar a noite lá. O pagamento foram três moedas élficas. Desmond deixou o companheiro lá e foi a estalagem.

Vekna conseguiu negociar um cristal elemental da água em troca de um anel do Sol e da Lua e também um orbe de luz azul. Theros, o senhor loja, ainda conseguiu umas moedas do mago após ele ter falhado em criar uma joia única para colocar na negociação.



Aos poucos o grupo descobriu que aquelas moedas tinham valor para os elfos. Lor. Um elfo armeiro, ficou com a maior parte delas. Desmond comprou uma lança. Alyan comprou uma armadura élfica prateada com detalhes em dourado junto com um escudo.



Após uma noite de sono tranquila, eles tomaram café da manhã na estalagem. O grupo aguardava Ennar para ir ao palácio, enquanto isso Desmond foi encontrar Tyr. Toda vez que o paladino passava pelo umbral da loja um arrepio percorria sua coluna. Eriel o levou ao fundo da loja. Tyr não resistiu ao ritual. Mais tarde o grupo foi até lá buscar o corpo. Tiveram pouco tempo de luto, pois era hora de ir ao castelo.

No palácio de cristal a segurança era maior do que nas ruas da cidade. As construções de mármore, cristal, ouro e prata demonstravam a beleza da arquitetura faérica. Na sala do trono o grupo fez uma referência ao rei Oberon e a rainha Titânia.


A rainha contou-lhes da guerra entre o Reino do Norte e o Reino do Sul. A rainha Mephala fez uma aliança com o Domínio Elfico e graças a isso estão fazendo duas frentes de batalha. Uma na divisa entre reino sul, reino norte e reino élfica onde os rios Alfeu e Styx se encontram, e a outra pelo monte Arcorion.



Em uma das investidas as fadas da corte Selie enfrentaram elfos da noite usando o conjunto de relíquias elementais da luz e das trevas. Por isso, a rainha disse que ficaria com o conjunto da terra para ajuda na batalha. Em troca ela enviará uma das fadas reais e um dos silfos do ar para ajuda-lo a lidar com Safira. A rainha também enviará emissários para recuperar o baú de marfim.

Durante a audiência um dos centauros abriu a porta do salão e anunciou dois visitantes.

- Arquimago Merlin e Grão Mestre Lucian da Ordem de Graal – vossa Majestade.



Desmond ficou sem reação por alguns segundos. Há anos não encontrava seu mestre. 

- Ora, não esperava encontra-lo aqui Desmond. Aproveito para te apresentar um grande amigo e conselheiro da Ordem, Merlin – disse em tom alegre o paladino.

Vekna só os conhecia de nome e claro por seus feitos. Todos que entram na ordem de Graal sabem quem são Arthur Pendragon e Merlin.

Terminadas as formalidades e aliança firmada o grupo foi dispensado. Merlin teleportou-se para os seus aposentos. Desmond conversou com seu mestre sobre a vida em Berz. Lucius estava ciente de muitos dos eventos que aconteceram nos últimos dois anos. O tutor contou que ele e Merlin vieram ajudar a rainha Titânia e claro proteger o corpo de Arthur caso os inimigos tenham sucesso.

No dia seguinte eles fizeram os preparativos para sair em direção ao portal que fica na floresta Titânia. Devido a guerra os portais da cidade estão selados. Ennar os guiará até o local. O grupo pegou suas armas de volta e saíram de Arcádia carregando o caixão de Tyr.

Parte 2

Alyan, Desmond, Vekna e Lia carregavam, um de cada lado, o caixão de Tyr. Os dois primeiros relembravam as aventuras e o mau humor do ranger. O mago e a elfa, por outro lado, pensavam em como levar o corpo seria cansativo. Pequenas pausas e revezamentos foram necessários durante o caminho.

O grupo, liderado por Ennar, seguia a estrada principal de Arcádia até a gigantesca floresta Titania. 



- Não saiam da estrada – advertiu Ennar – a floresta está mais perigosa do que o normal.

No final da tarde do terceiro dia eles chegaram a um dos postos avançados do reino norte. A torre construída entrelaçada com a floresta era imponente ainda que combinasse harmoniosamente com o bioma local. Na torre centauros, driades, ninfas e fadas trocavam informações, afiavam armas, preparavam poções.



Depois de instalados em um dos quartos e de uma refeição simples Alyan foi até o lago se lavar, uivos e sons estranhos o fizeram correr para a torre. Enquanto isso Desmond e Lia testavam o arco longo de Tyr em frente a torre. Vekna conversa com Ennar sobre seu treinamento do caminho da água. Mais tarde, durante uma tempestade a fada disse para o mago ir para fora meditar e entender a água até que a chuva não o molhasse mais. Antes da tempestade Desmond e Lia viram relâmpago cortando o céu vindo do fronte de batalha.

No dia seguinte o grupo seguiu pela estrada. Quanto mais ao sul eles iam, mais sinais da guerra eram notados. Em dois dias o grupo chegou a uma clareira na floresta e ao centro uma coluna de pedra marcava o espaço para o portal. Centauros bem armados guardavam a entrada.



Faelis – fada guardiã do portal – já os aguardava. Eles desceram até o centro da clareira, entre quatro colunas de pedra e cercado por água. Enquanto a fada abria uma explosão na entrada deixou todos em alerta.



Um elfo equipado com uma armadura completa terminava de matar um centauro. Ao seu lado duas sombras gigantes revelaram-se um troll e um ciclope de sete metros de altura cada. Faelis parou o ritual para abrir o portal e conjurou dois guardiões da floresta para enfrentar as criaturas.



Vekna depois de analisar a situação desenhou uma runa da terra no chão e canalizou a energia mágica. Momentos depois as colunas de pedra transformaram-se em pó e envolveram os corpos dos aliados criando uma proteção. Para tanto, o mago usou toda a sua energia arcana.

Molog, o troll, desferia golpes com seu martelo arrancando partes de raizes e cipós do guardião. Desmond tentou se aproximar e quase foi atingido por um golpe do martelo que estremeceu e rachou o chão. Do outro lado, Thar – o ciclope – portava uma maça que foi aparada por raizes saindo das ''mãos''da guardiã.




Diante do confronto de gigantes o guerreiros decidiram enfrentar o elfo. Ennar estava acima deles e conjurava lanças de gelo para lançar nos inimigos. Desmond e Alyan avançaram na direção de Aedir. O elfo lançou uma rajada de energia com um movimento da espada e cortou três lanças de gelo que iam na sua direção. Desmond recuou instintivamente, com isso, Aedir foi em direção a Lia e Vekna que disparavam flechas próximos do portal. O elfo havia segurado uma flecha da elfa e lançado de volta. Ela então, num reflexo rápido desviou.

Alyan alcançou o elfo e começaram a trocar golpes. Desmond logo entrou no conflito. Ambos precisavam tomar cuidado com os efeitos da batalha dos gigantes. Em certo momento, Molog amassou o guardião com seu martelo. O resto das folhas e raizes moveram-se pelo chão e imobilizaram o troll, sendo atingido por Ennar.

Golpes de Aedir eram absorvidos pela magia de proteção de Vekna. Apenas faiscas surgiam do troque de golpes. No contra-ataque Aedir disparou uma rajada de energia que foi aparada por Alyan com o escudo. Clamando aos céus por força ele segurou por algum tempo, mas mesmo assim acabou sendo arremessado contra a construção de pedra do portal.

O ciplope disparou um raio de energia que cortou o campo de batalha, causado explosões no solo. Vekna, Aedir e Desmond evitaram as explosões. Porém Lia foi atingida pela guardiã que fora arremessada pelo ciplope. Mais uma vez a magia de proteção evitou o pior.

Ennar conjurou um meteoro de gelo e lançou contra os inimigos no centro da clareira. O impacto criou uma cratera no solo e um bloco de gelo com os três inimigos dentro. Por pouco, Desmond não foi atingido. Os demais já estavam mais afastados.

O grupo reuniu-se perto do portal cobertos de água, lama e folhas. Faelia voltou a abrir o portal. Desmond conversa com Ennar para retirar o caixão de Tyr do bloco de gelo. A fada concordou, mas disse que cobraria depois.

Por fim, eles começaram a entrar pelo portal. Nesse momento um raio caiu no centro da clareira destruindo o bloco de gelo. Elfos e fadas da corte Unselie surgiram e na sequëncia entraram em confronto com as fadas da corte Seliee que haviam chego para proteger o portal.

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