Aventura 24 - O templo da luz



A corte faérica estava presente na sala do trono. Logo atrás da rainha estavam seis fadas, sendo cada uma delas de cores diferentes. Aquelas eram as fadas arcanas elementais, a principal força de combate do Reino do Norte. Outras criaturas de arcádia – faunos, ninfas, silfos – também circulavam por ali. Alguns curiosos com o grupo e outros ignorando sua presença.

Merin explicou a rainha o motivo de estarem ali, ou seja, buscando uma aliança entre o reino norte e a cidade de Berz. Titânia levantou-se do trono, levou a mão a um colar que estava usando, e perguntou se eles eram o grupo que recuperou a joia Celestia e também aqueles que ajudam Ennar quando estava cativa no templo de Diana? Diante da confirmação, ela disse que consideraria o pedido, mas antes não gostaria de ser espionada.

Nesse momento uma fada voou e tocou a mão de Lyon restringindo a magia de visão colocada por seu mestre na marca do dragão. Após isso, o grupo olhou desconfiado para o druida, a rainha então impôs mais uma condição para aceitar a aliança. Em dois dias eles deveriam ir ao templo da luz e trazer um frasco da fonte sagrada como prova do seu compromisso. Tal tarefa deveria ser realizada no prazo de cinco dias.

De volta à cidade os heróis, guiados por Ennar, resolveram conhecer Arcádia, principalmente os mercados que vendem de praticamente tudo. A cidade de Arcádia, construída em três níveis entre montanhas de cristais e cachoeiras, divide-se em: palácio, residências e templos, círculos. Todos eles conectados pela rua central, na qual há escadarias de acesso.

No terceiro nível os círculos são: comércio, entretenimento, conhecimento, guerra e magia. Em cada um deles há inúmeras lojas e estabelecimentos nos quais vendedores estão sempre dispostos a vender e negociar. Cada círculo se conecta ao mais próximo por ruas laterais e todos eles são ligados até uma praça na qual há o acesso as escadarias.


O grupo foi ao círculo do comércio, exceto Lyon que decidiu conhecer o círculo da magia. No comércio há grandes lojas especializadas seja em armas, armaduras, equipamentos, etc, também existem inúmeras barracas vendendo os mais diversos itens. Assim que chegaram no círculo eles foram abordados por um goblin vendendo uma lanterna que não precisa acender.



Eles caminharam pelo local olhando as lojas e itens. Por fim, decidiram ir na maior para comprar armas e armaduras. Não demorou muito e Dalrun, um anão animado, vir atendê-los. Assim, ele começou a trazer diversos itens e falar sobre eles. Desmond comprou um encantamento que fortaleceu sua armadura, Alyan adquiriu armadura da luxuria, um equipamento de alta qualidade e que torna agradável a vista daquele que o usa. Tyr, depois de olhar vários itens, irritando o vendedor, comprou braceletes de defesa. Enquanto isso Veigar foi até a loja de criaturas. Lá ele comprou um cachorro, um familiar muito esperto e perceptivo.


No círculo da magia Lyon encontrou um ambiente mais calmo do que no comércio. Ali as lojas eram especializadas em rituais, livros, componentes místicos e joias. O druida explorou algumas lojas, em uma delas foi destratado por uma ninfa. Logo depois, Adriel pediu para ignorá-la. Lá ele comprou um anel de invisibilidade. Assim, o grupo gastou os dois dias de preparação antes de irem ao templo da luz.


No terceiro dia de manhã eles reuniram-se no portão, pegaram suas armas e então seguiram pela estrada principal. Lyn, fada designada pela rainha, deu a eles opção de seguir pela estrada ou pela floresta. Eles optaram pela estrada por ser mais seguro, então ela disse que os aguardaria no lago Nútia.



A viagem até a torre foi calma e até mesmo avistaram um grifo. De lá até o lado eles acabaram desviando da trilha quando Desmond tocou em um dos cogumelos gigantes. O grupo quase encontrou uma das feras guardiãs, porém Veigar notou algo diferente. Por vários momentos eles sentiram-se leves e quase esqueceram a missão. No fim do dia chegaram a margem do lago.

Lyn perguntou o motivo da demora e agora teriam que aguardar o amanhecer para irem ao templo. Então eles montaram acampamento, ali Merin comentou com eles sobre o templo da luz ser na verdade uma série de testes. Durante a conversa pequenos dragões d’agua saltavam no lago.


Os sois nasceram praticamente juntos e seus raios refletiam sob a água cristalina do lago. Logo acima dele era possível ver algo brilhando. Valquiria lançou uma magia sobre eles e os levou voando até a entrada do templo. De lá ela disse que os aguardaria até o prazo final na última sala. Sem mais orientações a fada saiu voando.

O grupo ainda se recuperava do voo e contemplava o templo incrustado nas rochas de cristal. O vento era forte, assim como a luz do sol refletia e fazia os cristais brilharem em tons de azul, rosa e roxo.


O primeiro teste estava bem à frente. O caminho no qual estavam terminava num de precipício, no fundo era possível ver as nuvens, conectado ao outro lado por blocos transparentes, exceto pelas bordas. O primeiro, mais longo, era verde e o outro, curto, era azul.

De início eles observaram tentando entender. Veigar enviou seu homúnculo para pousar em um dos blocos. Após alguns segundos o mesmo desapareceu, o mesmo ocorreu no outro caminho. Depois disso, os blocos não reapareceram, porém, os demais continuavam visíveis. Desmond fez o mesmo teste, porém com o bloco próximo a borda.


Tyr resolveu atravessar correndo e saltar o bloco faltando. Uma rajada de vento atrapalhou o ranger no último momento e ele ficou pendurado na borda do outro lado. Alyan decidiu ir correndo pelo outro caminho, contudo, ele escorregou e quase caiu senão fosse por Desmond ter ajuda-lo. Do outro lado Tyr tocou uma runa, cravada em um pilar de cristal, assim o caminho foi refeito. O ranger sentiu que a runa drenou um pouco da sua energia. Desta forma, todos passaram e cada um que passava ativava a runa para o próximo.

De lá eles seguiram por uma escadaria até a entrada do templo. O templo da luz era uma mistura de paredes e caverna de cristais. O primeiro salão possuía um caminho central com água e cristais dos dois lados. Veigar foi na frente, assim que deu alguns passos ele notou que as pequenas rochas se moveram e o atacaram seus pés. Na verdade, eram criaturas de cristais que cobriam todo o caminho e as paredes laterais.



Os aventureiros ponderavam sobre o que fazer quando Tyr decidiu atravessar correndo. O ranger deu alguns passos, mas ao pisar em um dos insetos caiu no chão sendo picado por inúmeros deles, em poucos segundos quase não era possível vê-lo. Alyan e Desmond correram para ajudá-lo. Os dois retiravam as criaturas, enquanto recebiam picadas também, por fim arrastaram o ranger quase sem vida para a lateral. O esforço não foi em vão, pois Alyan notou que os insetos não gostavam de água. Assim, eles abriram caminho.

O próximo ambiente possuía grandes paredes de cristais e em alguns deles era possível ver ossos incrustados. Mais frente, acima de uma rocha de três metros, eles viram um pequeno dragão branco chamada Partunax. Lyon e Veigar tentaram escalar a rocha sem sucesso. O dragão então falou com eles rapidamente e em seguida uma luz muito forte ofuscou a visão de todos fazendo tudo ali desaparecer.


            
          Alyan caminhava lentamente pela sala do trono em Oxenfurt. Ali a corte estava reunida para testemunhar sua adesão aos cavaleiros do reino. Esse era o último desejo a ser alcançado pelo lorde de Berz, porém um pouco antes do Rei ungi-lo Merin e Henrique entraram na sala impedindo a cerimônia e ordenando que os guardas o prendessem. Enquanto isso, Alyan sofria em seu corpo os efeitos da sua visão. Fato semelhante aconteceu com os demais, a magia do dragão fazia com que eles vivenciassem seus sonhos e medos.

            Tyr comandava a guilda Brothers In Arms com Claire ao seu lado. A fama dele e as guilda era conhecida na região, assim como as riquezas advindas dessa fama. Em certo momento, um homem com rosto oculto chegou e começou a disparar flechas em todos ali. Antes da vez de Tyr ele viu o homem: era ele mesmo!

            Desmond discursava para o seu séquito de seguidores, os ouvintes celebravam com as palavras de seu mestre. Assim os dias seguiam felizes e prósperos até que inimigos poderosos surgiam e iniciaram um verdadeiro massacre, deixando o paladino impotente para salvar seu povo. Tal fato lançou sobre ele um peso insuportável.

            Veigar sobrevoava a região montando em um dragão e seguido por inúmeros animais e criaturas. Seu comando sobre ele garantiu ao caçador riqueza e poder. Assim que o dragão pousou ele despertou e viu que estava na caverna. Nesse momento ele viu os demais no chão debatendo-se ou sufocando. Ele foi ajudar o ranger e bateu com força para acordá-lo. Os demais foram aos poucos despertando ainda sentindo os efeitos da ilusão que fora tão real.

Depois de descansarem um pouco o grupo seguiu ao próximo salão. Esse também possuía muitos cristais, contudo áreas circulares no teto permitiam que luz entrassem e iluminasse os cristais. Algumas plantas nas paredes reagiram a presença deles. Havia um corredor principal, mas o salão era mais amplo na parte central.


Um enorme cristal, com 6 metros de altura, estava no caminho um pouco antes do portal para a próxima sala. Quando eles chegaram na metade do corredor esse cristal começou a ser mover revelando ser um golem. Assim que despertou o guardião bateu uma mão na outra e depois tocou o solo criando duas paredes espessas de cristal tanto na entrada quanto na saída.

Merin liderou o ataque. Ele e Alyan iriam atacar diretamente enquanto Desmond e Galford iriam pelos flancos. Tyr e Veigar deveriam distrai-lo com flechas e Lyon ficar atento para contra-atacar caso ele tivesse como atingi-los a distância.


O cavaleiro de Graal recitou algumas palavras e uma luz envolveu sua espada transformando-a em uma espada de duas mãos. O primeiro golpe cortou profundamente um dos braços da criatura, Alyan por sua vez fez um corte mais superficial. No contra-ataque o golem arremessou Merin para trás e empurrou Alyan que se defendeu com o escudo. Desmond acertou uma perda e Galford a outra, porém a espada do paladino ficou presa enquanto flechas disparadas por Tyr e Veigar acertavam a cabeça e ombros da criatura.

O golem gritava em fúria, seus contra-ataques criavam cristais onde acertavam. Assim, ele criou outra parede separando os arqueiros e o druida dos demais. Enquanto eles investigavam como destruir ou passar pela parede Merin pediu aos outros para ganharem tempo até ele fazer um ritual, assim ele começou a desenhar uma runa no solo.

O paladino recuperou a arma e atacou novamente. Seu companheiro errou o golpe e não conseguiu desviar sendo jogado contra uma parede. Alyan continuava desferindo golpes e defendendo com o escudo. Quando a runa estava quase pronta, Tyr e os demais conseguiram quebrar a parede usando força combinada.

Assim que voltaram para a batalha Veigar atacou uma das flores de cristal conjuradas pelo golem momentos antes. Essas flores estavam espalhadas pela área e brilhavam cada vez mais intensamente. Quando o golpe atingiu a flor ela explodiu em pequenos pedaços indo em todas as direções e acertando aqueles mais próximos. Os estilhaçados cortaram gravemente Tyr que ficou no chão, assim como o druida.

A luta ficava mais intensa e com os guerreiros do grupo caindo um a um. Merin terminou a runa e deu a volta para empurrar o golem, da mesma forma Alyan e Desmond atacavam pela frente, gritavam para atrai-lo sobre a runa. Num esforço conjunto o golem foi entrou na runa, assim que ativou relâmpagos em formas de garras prenderam o monstro no centro e aos poucos a corrente elétrica destruía seu corpo. Antes do fim o golem ativou as demais flores fazendo a explosão acertar a todos. Desta vez eles tiveram tempo de reação, mas muitos acabaram gravemente feridos e até mesmo inconscientes.
        Quando o golem finalmente virou pó uma pedra vermelha ficou no chão em meio a poeira. Reunidos próximos a parede de cristal do centro e avaliando a situação do grupo Merin usou sua última energia mágica para lançar um ritual de cura. Aos poucos uma luz dourada, formando um círculo, passava por eles fechando feridas. Assim, lentamente o grupo começava a se recuperar

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